Sexta, 12 de Setembro de 2025

Mostra Atlânticos no Museu da Língua Portuguesa: Arte, Língua e Identidade em SP

Exposição gratuita reúne artistas de Angola, Brasil e Portugal para explorar a conexão entre a língua portuguesa e a diversidade cultural.

12/09/2025 às 21:28
Por: Redação

A mostra temporária Atlânticos foi inaugurada nesta sexta-feira (12) no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, reunindo seis artistas de Angola, Brasil e Portugal. A exposição, com entrada gratuita, estará em cartaz até 2 de novembro.

Em parceria com o Instituto Serrinha, a mostra apresenta vídeos, esculturas e instalações inéditas dos brasileiros Jonathas de Andrade e Shirley Paes Leme, dos angolanos Gegé M’bakudi e Wyssolela Moreira e dos portugueses Jorge das Neves e Inês Moura.

As obras são resultado de uma residência de dez dias, em 2024, no Festival Arte Serrinha. A inspiração para a produção veio da língua portuguesa presente nos três países e da exposição Línguas africanas que fazem o Brasil, que destacou a contribuição das línguas bantu, eve-von e iorubá para a formação do português brasileiro.

A Mata Atlântica, presente na Serrinha e no Parque Jardim da Luz, em frente ao Museu da Língua Portuguesa, também serviu de estímulo para os artistas.

“Atlânticos foi imaginada como uma ágora, um espaço de diálogo aberto que busca criar uma conexão entre diferentes culturas, formas de produção artística e a língua portuguesa, onde a arte serve como ponte para compreendermos melhor nossas semelhanças e diferenças”, afirmou Fabio Delduque, idealizador do Festival e um dos curadores da mostra.

O Pátio B do museu, com acesso direto da rua e da passarela da Estação da Luz, recebe o primeiro projeto de artes visuais, sem necessidade de ingresso.

Wyssolela Moreira, artista que vive entre Luanda e Toronto, utiliza colagem, fotografia, videoarte e performance em seu trabalho, desafiando narrativas sobre a negritude e destacando as desigualdades de gênero.

Em Atlânticos, ela apresenta a obra Quando o Corpo – Terra Lembra, uma série de bandeiras com um alfabeto visual que remete a cartas de tarô, convidando à reflexão sobre a relação com a terra e os elementos que moldam experiências e relações.

“Este trabalho é tanto uma lembrança quanto uma investigação. Uma tentativa de compreender o que os ecossistemas nos revelam sobre nossa história compartilhada e como eles nos guiam a repensar nossa interdependência como povos”, disse Wyssolela.

Roberta Saraiva, diretora técnica do Museu da Língua Portuguesa, destaca que as obras exploram temas de identidade e memória, demonstrando como as artes visuais e a língua portuguesa podem se unir em novas narrativas.

“É uma oportunidade única de ver como a língua portuguesa, presente em histórias e identidades tão diversas, pode ser a ponte para um diálogo artístico profundo e significativo.”

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